Policiamento comunitário é uma filosofia e uma
estratégia organizacional que proporciona uma nova parceria entre a população e
a polícia. Baseia-se na premissa de que tanto a polícia quanto a comunidade
devem trabalhar juntas para identificar, priorizar, e resolver problemas
contemporâneos tais como crime, drogas, medo do crime, desordens físicas e
morais, e em geral a decadência do bairro, com o objetivo de melhorar a
qualidade geral da vida na área. Esse conceito é regido pelos princípios
expressos em nossa carta magna, principio da Dignidade Humana, da
Interdisciplinaridade, da Imparcialidade, da Participação comunitária, da
Legalidade, da Moralidade, do Profissionalismo, do Pluralismo Organizacional,
da Descentralização Estrutural e Separação de Poderes, da Flexibilidade
Estratégica, do Uso limitado da força, da Transparência e da Responsabilidade.
A idéia
central da Polícia Comunitária reside na possibilidade de propiciar uma
aproximação dos profissionais de segurança junto à comunidade onde atua, dando
características humanas ao profissional de polícia, e não apenas um número de
telefone ou uma instalação física referencial, realizando um amplo trabalho
sistemático, planejado e detalhado.
O
Policiamento Comunitário é uma maneira inovadora e mais poderosa de concentrar
as energias e os talentos do departamento policial na direção das condições que
freqüentemente dão origem ao crime e a repetidas chamadas por auxílio local.
Polícia
Comunitária resgata a essência da arte de polícia, pois apóia e é apoiada por
toda a comunidade, acolhendo expectativas de uma sociedade democrática e
pluralista, onde as responsabilidades pela mais estreitas observância das leis
e da manutenção da paz não incumbem apenas à polícia, mas, também a todos os
cidadãos.
Na década
de 80, Mato Grosso experimentou pela primeira vez a Polícia Militar atuar em
postos policiais - os chamados “Postos Alfas” - diretamente nos bairros e em
parceria com a comunidade. No entanto, devido a algumas distorções, o projeto
não avançou e os postos lentamente foram abandonados. Entretanto o ideal da
comunitarização da segurança pública em Mato Grosso não se desfez, aguardando
um ambiente mais favorável, isso ocorreu em 2000 com o foco num modelo de
policiamento que reduzisse a criminalidade e se aproximasse da sociedade.
Foram
então criadas as “Companhias Comunitárias” nos bairros Pedra 90, em Cuiabá, e
Parque do Lago, em Várzea Grande. No ano seguinte mais 08 companhias foram
criadas: Pedregal, São João Del Rey, Moinho, Santa Izabel, Três Barras, e Jardim
Imperial, em Várzea Grande, e mais 02 no interior do Estado, em Cáceres e
Rondonópolis. Decorrente do clamor da população pela presença da “Companhia
Comunitária”, o Estado passou a priorizar os investimentos nessas unidades,
tanto na compra de equipamentos como na destinação de viaturas.
Em 2006,
Mato Grosso já contava com 24 Companhias Comunitárias em pleno funcionamento,
sendo 06 no interior e 18 na capital. Elas tinham uma equipe composta de: um
capitão, um tenente, 40 policiais, 04 viaturas, 04 motos e 04 bicicletas. Esta
então foi à formatação da Polícia Comunitária em Mato Grosso. Teve-se muitas
iniciativas louváveis nos trabalhos perpetrados por alguns policiais lotados
nas “Companhias Comunitárias”, próprias da filosofia, como as reuniões comunitárias,
o patrulhamento a pé, a resolução de conflitos e coordenação de projetos
sociais.
Em 2007,
a Polícia Comunitária sofreu uma nova formatação, a terceira. No novo modelo
adotado pela Sejusp, o trabalho das Polícias Militar e Judiciária Civil, Perícia
Oficial e Corpo de Bombeiros passaram a ser realizado em um mesmo espaço, o que
possibilitou às instituições o atendimento integrado à população, como
registros de ocorrências de pequena gravidade, extravios de documentos, emissão
de carteiras de identidade, orientação na prevenção de acidentes domésticos e
vistorias técnicas em edificações.
Nesse
novo formato, as “Companhias Comunitárias” passaram a se chamar “Bases
Comunitárias”. Este é o “estado da arte” da Polícia Comunitária desenvolvida no
Estado de Mato Grosso, em sua terceira versão: a primeira foi os “Postos Alfas”
na década de 80; a segunda as “Companhias Comunitárias”, em 2000, e a terceira
as “Bases Comunitárias” que estão no início dos trabalhos. Conclui-se que,
apesar das várias mudanças, a Polícia Comunitária em Mato Grosso continua
fortalecida, e agora, com o inolvidável impulso do Governo do Estado na
aglutinação de órgãos num mesmo espaço físico para uma polícia cada vez mais
próxima da sociedade e com melhores condições de enfrentar a violência e a
criminalidade.
Nenhum comentário:
Postar um comentário